terça-feira, 7 de junho de 2011

Sobre missão, música e brasilidades - carta aos meus colegas do STBSB

Caros teólogos, pastores, professores e missionários,

Acredito que só vamos aprender a falar do evangelho à alma do brasileiro quando conhecermos a "nossa" cultura (do nosso povo). E não se conhece cultura sem conhecer a música, a produção literária, as comidas, as lendas, os mitos, os medos, as histórias. A gente não precisa ter medo da nossa cultura. Ela pode ser estranha. Mas é estranha pra nós, criados em outra cultura, evangélica-norte-americana.

Ainda precisamos ir muito aos sertões das secas e das águas do Brasil, ouvir o carimbó e as toadas de boi amazônicos, o baião e os xotes do nordeste, os violeiros caipiras do jequitinhonha, do Pantanal, das terras altas da caatinga baiana... coisas que o Brasil mal conhece, regiões de produção cultural fenomenal... e que muito menos o Brasil evangélico conhece, pois geralmente não olha pra dentro do Brasil, e sim para fora.

Além disso, a gente mora dentro de uma cidade que "se basta". Rio de Janeiro, umbigo do Brasil. Sinceramente... a gente tá aqui dentro e não faz a menor ideia do que seja o Brasil. Pra quem não pretende sair deste mundo aqui, pra que conhecer mais do que isto? Beleza. Pra quem tem planos de ir morar fora do Brasil, posso concordar que o processo de inculturação deva acontecer de outra forma. Então pra que conhecer o Brasil de verdade, não é mesmo? Rs.

Mas pra quem pretende se dizer brasileiro, samba é só o começo da caminhada, galera...

Graças a Deus, depois que vim morar no Rio, aprendi a gostar de samba. E vou confessar que eu não sabia apreciar a beleza negra, porque em Belém a maioria da população é de brancos, pardos, índios e japoneses [sic]. Ainda bem que meus conceitos mudaram e hoje eu namoro uma mulata linda que Deus me deu... ô bênça! Como disseram Martinho da Vila e Zeca Baleiro: "Salve a mulatada brasileira! Salve! Salve!"

Recomendo 3 músicas brasileiras – de verdade rs – compostas por cristãos evangélicos, um deles judeu. Um baião, um carimbó e um canto "sertanez". Desejo que elas os inspirem, como inspiram a mim sempre que ouço. Se quiserem, podem ouvir e acompanhar as letras nos links:

Antes que Seque a Flor
Céu na Boca (Brasília, DF) - baião (inspirado em Eclesiastes 11-12)

Esta Cidade
Arlindo Lima e Tallita Barros (Tucuruí, PA e Belém, PA) - carimbó (inspirado no texto do profeta Sofonias)

Campo Branco
Elomar Figueira de Mello (Vitória da Conquista, BA)

Um forte abraço.
André Coelho

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