André Coelho
Deste meu rio de nuvens que me trazem do Rio de Janeiro,
avisto agora uma bruta floresta,
um rio monumental.
Minha alma canta,
como Jobim!
bebo Waldemar!
Eis que vejo meu rio de concreto e de mangueiras...
Ah! Belém!
Quanto tempo desta vez?
Tenho sonhado com teu céu,
tuas nuvens,
teus igarapés...
teu chão.
Chão que agora me recebe
no coração da floresta
de pau e pedra;
um ribeirinho da cidade.
Chão que me conhece,
que tem meu cheiro,
meu peso,
minha religião,
minha alma.
Te vejo, Belém,
da janela deste avião
e não consigo conter uma lágrima teimosa.
(pausa para uma outra lágrima).
Estou louco para suar de novo nas tuas manhãs,
para tirar a minha sesta na tua tarde,
pra sentir a brisa de água-doce da tua noite.
Vem cá, Belém,
dá cá um abraço...
Cheguei!
7 de setembro de 2010
4 comentários:
Ah! Que legal! Confesso que não tenho muito orgulho em ser brasileiro, mas amo ser paraense. Seu poema ficou ótimo, valoriza não só artistas paraenses, mas também brasileiros.
Parabéns pelo blog! Até mais.
E como falei, chorei!
Ahhhh, Belém, não tem como não senti saudades de ti, Andrézão, deixaste fluir como água de rio, água de igarapé. Só faltou uma cuia de açaí, com punhado de farinha pra completar a poesia. hahahaha.
Abração.
As melhores poesias são as da saudade, quando distantes, sonhamos com uma Belém que as vezes está ainda adormecida esperando o próximo poeta para despertá-la.
Valeu Andrezão.
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